Emagrecimento – Dieta x Reeducação Alimentar
Autora: Mayara Rodrigues Pais de Oliveira / Edição: Paulo Ortiz
Frequentemente somos bombardeados através da mídia e das redes sociais com novas dietas milagrosas, truques de famosos, medicamentos, chás entre outras “ferramentas” que suspostamente encurtariam o caminho para o emagrecimento. Usar estas informações sem a orientação correta e sem levar em consideração a individualidade de cada um pode ser perigoso.
Qual é a Diferença entre Dieta e Reeducação Alimentar?
As dietas têm prazo para terminar. São extremamente restritivas, prometem resultados milagrosos rapidamente e são mais difíceis de manter a longo prazo, isso porque dietas não promovem mudanças de hábitos alimentares, por isso, o ganho de peso é quase inevitável, pois os hábitos antigos reaparecem. Dietas divulgadas na internet, em revistas e programas de TV, seguidas sem acompanhamento de um profissional nutricionista, podem gerar um grande risco a saúde, já que cada organismo tem suas próprias características e prioridades, e o que pode funcionar para uma pessoa poderá não funcionar para outra.
O destaque da reeducação é atingir o objetivo, de uma forma saudável, equilibrada e natural, através da adoção de novos hábitos alimentares. Estes novos hábitos alimentares preconizam uma dieta balanceada e equilibrada, em que se pode comer de tudo, sem privações e sacrifícios, com prazer, sem se privar da vida social. Para isso acontecer, é necessário educar os desejos, a ansiedade e a compulsão para comer. É um aprendizado permanente.
Os Problemas Decorrentes de Dietas Inadequadas
O culto ao corpo ganha espaço nos meios de comunicação, que contribuem fortemente com a veiculação desse estereótipo de beleza e estética e propiciam a formação de conceitos errôneos sobre saúde na procura pelo corpo ideal.
A prática de dietas inadequadas é o principal fator que promove o surgimento de diversos tipos de transtornos alimentares. A busca pelo corpo “ideal” que vem sendo imposta pela mídia para se enquadrar nos padrões estéticos, vem se tornando prioridade na vida das pessoas, principalmente entre mulheres. Deste modo, a insatisfação com o peso resulta na prática de dietas restritivas.
Alguns dos principais transtornos que podem ser decorrentes de dietas restritivas são:
Bulimia nervosa:
Doença que consiste na compulsão periódica de alimentos, seguida da utilização de estratégias para “eliminar” as calorias ingeridas, podendo ocorrer por autoindução de vômitos ou uso indiscriminado de laxantes, diuréticos e jejuns e exercícios físicos excessivos;
Anorexia nervosa:
Dentre as características é possível citar o medo intenso de ganhar peso corporal e se tornar “gordo”, mesmo que esteja com peso abaixo do considerado normal para a própria estatura; ter uma imagem corporal distorcida, inquietação no modo de vivenciar o corpo ou o peso; negação em manter o peso corporal adequado para estatura;
Compulsão Alimentar:
É um transtorno alimentar em que a pessoa diagnosticada apresenta episódios recorrentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos em pouco tempo, mesmo quando não sente fome. Apesar de estar relacionada aos alimentos, a compulsão alimentar tem raiz psicológica e é reconhecida como um transtorno psiquiátrico.
É Possível Emagrecer só Fazendo Reeducação Alimentar?
Está comprovado que, para conseguir mudar os hábitos automáticos, a repetição de ações e comportamentos é o caminho mais eficiente. A repetição diária pode ajudar a mudar os automatismos.
Parte da mensagem da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO) diz que: Na maior parte dos casos os conselhos referentes à dietas miraculosas são inofensivos – muitos são tão impraticáveis ou antissociais que ninguém consegue segui-los por muito tempo – mas, em alguns casos, podem ser perigosos para a saúde ou até levar a pessoa a aumentar o peso.
O que se Deve Comer em Uma Reeducação Alimentar?
Felizmente, emagrecer não implica seguir as dietas da moda ou padrões absurdos de alimentação. Com uma alimentação equilibrada de alimentos naturais, pobres em gorduras e açúcar, a maior parte das pessoas consegue perder peso com segurança e de maneira simples, estabelecendo padrões saudáveis de alimentação para a vida inteira.
Nos casos de algumas pessoas, a mudança para uma alimentação de baixo teor de gorduras e açúcar obriga apenas a pequenos ajustes em seus hábitos alimentares. Para outras, significa uma mudança radical permanente. Pode ser necessário algum tempo para que a pessoa se habitue às mudanças, mas os efeitos em termos de saúde, o aumento de vitalidade e a perda de peso constituem um poderoso incentivo para insistir, mesmo que ocorram deslizes ocasionais.
Algumas pequenas mudanças podem auxiliar neste caminho, como por exemplo:
· Aumentar a ingestão de água diária: recomenda-se 35ml por quilo do peso corporal; (Saiba mais sobre Hidratação)
· Mastigar bem e tentar fazer as refeições com calma;
· Inserir verduras, legumes e frutas frescas na alimentação;
· Aliar um programa de atividade física;
· Planejar as compras e refeições com antecedência.
É importante ressaltar que nada substitui o acompanhamento de um profissional nutricionista e/ou médico especializado, que farão este planejamento baseado na individualidade de cada um. Procure também um profissional de Educação Física capacitado para potencializar os ganhos dos novos hábitos alimentares!
Referências:
ARAUJO, Flavia Natalie de Oliveira. Dieta x reeducação alimentar. Qual a a diferença? Pensare. Disponível em: https://www.google.com/search?q=referenciar+site&oq=referenciar+site&aqs=chrome..69i57.5696j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em 23 de maio de 2022
DE ARAÚJO LEITE, Rafaela; DE OLIVEIRA FREITAS, Francisca Marta Nascimento. A influência da mídia na saúde do indivíduo: Dietas restritivas versus Reeducação alimentar The influence of the media on the individual’s health: Restrictive diets versus Food reeducation. CEP, v. 69050, p. 000, 2021.
SANTOS, Ligia Amparo da Silva. Da dieta à reeducação alimentar: algumas notas sobre o comer contemporâneo a partir dos programas de emagrecimento na Internet. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 20, p. 459-474, 2010.
Sobre a autora:
Mayara Rodrigues Pais de Oliveira
Educadora Física
CREF: 153361-G/SP