Alongamento, Força ou Aerobico, Qual Priorizar?

Alongamento, Força ou Aerobico, Qual Priorizar?

Autora: Mayara Rodrigues Pais de Oliveira / Edição: Paulo Ortiz

Quando vamos a uma academia ou procuramos por práticas na internet nos deparamos com diversas modalidades e tantas opções podem causar uma certa confusão sobre qual a melhor modalidade, a frequência ou se ela nos auxiliará a alcançar nossos objetivos e necessidades. Vamos agora entender um pouco sobre alguns tipos de treinamentos e refletir sobre a importância de cada um.

Treinamento de Força

Treinamento de Força

O treinamento de força, ou treinamento contra resistência, como os realizados nas salas de musculação e funcional, vem cada vez mais sendo reconhecido como importante componente do programa de condicionamento físico para adultos, pois promove diversos benefícios à saúde. O Colégio Americano de Medicina do Esporte preconiza o treinamento de força com certas restrições, para pessoas com hipertensão arterial, doença vascular periférica, diabetes mellitus, obesidade ou outras condições comórbidas.

Treinamento de Força

O Treinamento de Força age na perda de peso corporal pelo fato de aumentar o gasto energético total, contribui para o ganho de massa corporal magra e diminui o tecido adiposo visceral (gordura abdominal). Alguns estudos mostram que também contribui para a melhoria da homeostase da glicose sanguínea, aumentando a sensibilidade dos receptores celulares à insulina podendo dessa forma exercer um papel fundamental no controle do diabetes mellitus. Há também uma forte relação com a diminuição dos níveis de LDL (colesterol ruim).

Treinamento de Flexibilidade

A flexibilidade é a capacidade física responsável pela máxima amplitude de movimento músculo-articular de uma ou mais articulações sem o risco de lesão. Alongamento é o termo usado para descrever os exercícios físicos que aumentam o comprimento das estruturas dos tecidos mole e, consequentemente, a flexibilidade.

Treinamento de flexibilidade

Dentre seus benefícios estão a redução da tensão muscular, melhorando a postura. Melhora no desempenho nas atividades diárias e durante a atividade física, permitindo movimentos mais amplos e seguros. O alongamento também ajuda a aliviar a tensão muscular.

Treinamento Aeróbio

Tratam-se de exercícios contínuos, geralmente de longa duração e intensidade de baixa a moderada, que utilizam os grandes grupos musculares. Este tipo de atividade aumenta o consumo de oxigênio pelo organismo e também o metabolismo de gorduras, principal fonte energética durante a atividade aeróbia.

Treinamento Aeróbio

A atividade aeróbia é benéfica para todo o organismo, trazendo principalmente benefícios cardiovasculares como por exemplo: maior eficiência cardíaca e perda de peso. Além disso, a prática regular de atividade física aeróbica promove a liberação de endorfinas, substâncias naturais com ação analgésica que combatem o estresse, a depressão e a ansiedade.

Treinamento aeróbio

A prática de exercícios aeróbicos também contribui para diminuir o risco de doenças, por promover perda de peso e melhorar o fluxo sanguíneo, diminui-se o risco de doenças cardíacas, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes e alguns tipos de cânceres.

Qual priorizar?

A restrição na amplitude de movimento das grandes articulações se torna maior no período da aposentadoria e, eventualmente, a independência é ameaçada, contribuindo assim para os altos índices de quedas associados aos idosos.

Realizar um programa de exercícios que combine diferentes modalidades pode trazer inúmeros benefícios. Uma das diretrizes amplamente adotadas em todo o mundo, do American College of Sports Medicine (ACSM), orienta que adultos realizem 30 minutos ou mais de Atividade Física com intensidade moderada pelo menos 5 dias por semana, ou 20 minutos de Atividade Física de intensidade vigorosa pelo menos 3 dias por semana, além das atividades da vida diária. A combinação do exercício aeróbico com o resistido é capaz de favorecer o organismo com adaptações aeróbicas e musculares, fato este não alcançado com apenas um tipo isolado de exercício.

Estudos de Girouard e Hurley, mostram que o treinamento com pesos não afetou negativamente os ganhos de amplitude de movimento articular quando realizado de forma simultânea a um protocolo de treinamento desenvolvido para o incremento da flexibilidade.

Níveis adequados de força muscular e flexibilidade, dentre outros fatores, são determinantes para a eficácia na execução dos diferentes movimentos envolvidos na realização das atividades da vida diária (AVDs). A flexibilidade de uma articulação está totalmente dependente da integridade das outras estrutura, como ossos, músculos e tecidos conectivos. Esta integridade é obtida através da combinação de diferentes tipos de treinamento.

Em alguns casos é necessário priorizar algum tipo de atividade incialmente, como por exemplo, ao se recuperar de lesões, geralmente o recomendado é trabalhar inicialmente com atividades de baixa intensidade, visando a recuperação de amplitude de movimento, estabilidade e força perdidos, logo se recomenda protocolos de força e flexibilidade.

Pessoas idosas que passaram muito tempo sem praticar atividades também podem iniciar suas praticas com esses protocolos, porém é importante aliar outras práticas assim que possível. A estimulação corporal global favorece o melhor desempenho das atividades diárias.

Assim, a melhor opção para o indivíduo que está envelhecendo é a realização de um programa de atividade física que inclua treinamento aeróbico, força muscular, flexibilidade e equilíbrio. Nos últimos anos, ficou provado que os idosos podem se beneficiar com a participação em programas de treinamento de força. Uma caminhada leve pode auxiliar na manutenção da saúde de indivíduos com osteopenia e osteoporose.

No caso de pessoas com excesso de peso e doenças relacionadas, pode ser interessante aliar um protocolo de atividades aeróbias com uma dieta adequada, para uma perda de peso significativa.

Vale ressaltar que a orientação de profissionais habilitados e especialistas como médicos do esporte, ortopedistas, profissionais de educação física, fisioterapeutas e nutricionistas  é de suma importância para uma prática segura e que traga os resultados que esperamos.

Referências:

ALBINO, Igna Luciara Raffaeli et al. Influência do treinamento de força muscular e de flexibilidade articular sobre o equilíbrio corporal em idosas. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 15, n. 1, p. 17-25, 2012.

GONÇALVES, Raquel; GURJÃO, André Luiz Demantova; GOBBI, Sebastião. Efeitos de oito semanas do treinamento de força na flexibilidade de idosos. Rev bras cineantropom desempenho hum, v. 9, n. 2, p. 145-53, 2007.

GUTTIERRES, Ana Paula Muniz; MARINS, João Carlos Bouzas. Os efeitos do treinamento de força sobre os fatores de risco da síndrome metabólica. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 11, n. 1, p. 147-158, 2008.

LIMA, Dartel Ferrari de; LEVY, Renata Bertazzi; LUIZ, Olinda do Carmo. Recomendações para atividade física e saúde: consensos, controvérsias e ambiguidades. Revista Panamericana de Salud Publica, v. 36, p. 164-170, 2014.



Sobre a autora:

Mayara Rodrigues Pais de Oliveira
Educadora Física
CREF: 153361-G/SP

Autora: Professora Mayara Rodrigues Pais de Oliveira